terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Amizade

Um amigo me perguntou o que gostaria de fazer antes de morrer, me pegou de surpresa eu nunca havia pensado nisso antese acredito que não respondi exatamente o que ele perguntou, mas a resposta agradou. A frase que se destacou foi: ”espero ter pelo menos um amigo que me viu no pior e no melhor momento e se possível alguém para compartilhar verdadeiramente todas as realizações e decepções”. E quem não quer isso? Mas quem tem esse alguém em sua vida? Parece tão simples, uma amizade... Afinal teremos tantas no decorrer de nossas vidas, o ser humano é um animal sociável faz amizade assim que consegue estabelecer alguma comunicação que não precisa ser verbal.
Teremos amigos no berçário, na pré-escola, no ensino fundamental, médio, faculdade, trabalho, família, vizinhos, virtuais, uns que moram perto outros que moram longe, de todas as idades, mas desse monte de amigos que você conquistou no decorrer de sua vida quem você pode verdadeiramente chamar de amigo? Quem já te apoiou e deu bronca, que te viu no pior e melhor momento, quem te salvou daquela puta bronca, quem dividiu o pouco dinheiro que tinha pra você poder ir aquela festa?
Já tive muitas amizades em minha vida, e olha que não vivi tanto assim, há aquelas que perdi o contato outros que nos falamos às vezes e aquelas que ainda me acompanham, só não sei até quando. Existem amizades que ficam guardadas com muito carinho na lembrança, mas mesmo que houvesse um reencontro há laços que depois de desfeitos dificilmente reatam.
Os amigos se despedem seguem seus caminhos, destinos, carreira, família, amores, novos amigos. Vez ou outra um telefonema ou e-mail, mas já não é a mesma coisa, a convivência foi perdida, aquele alguém com quem você compartilhava cada segundo seja de alegria ou de tristeza já não está mais aqui. Restam são as lembranças e as lembranças não são palpáveis e isso é frustrante.
No entanto não podemos ficar imaginando “até quando vai estar comigo? Vai valer à pena?” isso faz com que não tenhamos se quer as boas lembranças, que por mais ilusórias e fantasiosas que sejam deixam-nos, os saudosistas, mais felizes.
O meu muito obrigada por todos os amigos que tive que tenho e que terei, espero que todos nós tenhamos aquilo que desejei.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

União

Sinto dizer, mas não estou totalmente interada sobre o que está acontecendo na tão renomada Grécia. Mas tenho prazer em dizer que (apesar de violentamente) o povo se uniu em busca de algo comum.
Um jovem de 15 (quinze) anos foi morto e por isso a Grécia está como está, cheia de manifestos, quebra-quebras, gente caída no chão, vidraça quebrada... Quantos jovens de quinze anos são mortos nem ficamos sabendo? Seja no Brasil, no Iraque, no leste europeu, na África, quantos chegam ao nosso conhecimento? E quando chegam o que fazemos é suspirar fundo e dizer “pobrezinho”, habituamo-nos com a morte, a morte faz parte da vida, não é mesmo?
Agora imagine, se a cada morte fizéssemos isso. Não haveria mais país, a tal “ordem” seria abandonada ainda mais escancaradamente. Mas também, vão pensar muito bem antes de matar alguém para aqueles lados, já sentiram a fúria popular jovem (orgulho).
Quebra-se então o conformismo, deu-se a deixa para mostrar o poder da união (ta bom, já sei que é violenta, mas não deixa de ser união). E a união popular brasileira, onde se esconde?
Não se vê mais manifestos, panfletos, denuncias... Antes militares é que censuravam, hoje não precisamos disso. Os últimos manifestos que pude saber de existência foram sobre aqueles casos tão falados pela mídia, casos esses que não vem da favela, não vem do morro, e nem do seu vizinho, vem de longe, vem dos condomínios. Para variar a elite faz com que o povo coloque a mão na merda digo massa para conseguir o que querem, foi assim dês das lutas pela independência e é até hoje, e não há previsão de mudança, infelizmente.
Quando tomaremos poder de nosso destino? Até quando seremos ordenamos por aqueles que pagam os salários? Onde está a união? Onde está a multidão?