quarta-feira, 23 de junho de 2010

Jiboia, chapéu, carneiro...

Hoje me dei conta de como estou vendo e ouvindo diferente as coisas. A impressão que tenho que é troquei de olhos e ouvidos, mas talvez tenha sido algo mais profundo do que coisas físicas. Percebo que coisas que antes eram tão simples, hoje têm toda uma trama algo que tem um porque, uma explicação, que antes era irrelevante, por quê?

Coisas que posso comparar entre só a existência do azul e agora azul claro, escuro, marinho, turquesa e por aí vai, surgem infinidades de opções, ou o que antes necessitava de imenso desgaste físico e mental para realizar hoje é algo tão simples quanto respirar. Sinto-me vendo uma jiboia que comeu um elefante e não mais um chapéu. Ou talvez minha jiboia tenha sido reconhecida, se eu fui reconhecida ou reconheci eu não sei, o fato é que as coisas mudaram, elas sempre mudam, isso não é surpresa para ninguém, acontece com todos em todas as fases. Talvez esse seja o preço de se ter dezoito anos. Vai saber.

Não são de maneira alguma, ruins essas mudanças, são mudanças internas a nível de percepção a gente cresce aos poucos e entende aos poucos, consequentemente, algumas coisas, e ao mesmo tempo deixa de entender outras. Talvez daqui alguns anos eu desaprenda tudo de novo e aprenda novamente, já vi acontecer tantas vezes isso, eu não seria a primeira nem a última.

Ou talvez ainda eu prefira um carneiro à jiboia, acho que li muito pequeno príncipe.

Mas como disse um amigo meu certa vez, sei ler, fazer tricot, crochê, lavar a louça mais ou menos e ainda por cima li o pequeno príncipe, já já podem criar uma música Jéssica e não mais Amélia. Que horror, estou longe disso (risos, ou melhor, gargalhadas)!

PS: Como eu detesto posts com toque pessoal...

Pátria amada Brasil

Olha não sei descrever o sentimento que tenho na copa. Deve ser algo semelhante a desprezo, é deve ser. Vejo inúmeras camisetas amarelas, bandeiras aos montes, o hino, veja só, o hino sem cantado, e pessoas agindo como se amassem o chão em que pisam. Agora essas pessoas que tem essas atitudes TÃO patriotas elas só lembram que são brasileiras em dia de jogo, engraçado, não? Como me disseram recentemente, “pátria de chuteiras”, nada mais existe além do futebol, o Brasil se resume a isso. Para que se preocupar com a cultura nacional, a música, os ritos e tudo mais que está cada dia mais desvalorizado? Vamos valorizar o futebol, aquele jogo onde onze pessoas que muitas vezes nem se quer jogam no Brasil vão fazer justa a nossa grande fama de melhores do mundo. Muito bom, melhores no que mesmo? Ah, em correr atrás de bola e deixar todo mundo mais ocupado que fazer algo que realmente acrescente, aí está o novo circo. Não sou contra o futebol ou reuniões tontas como essa, mas sou contra essa pseudo-pátria que é criada nesse período, afinal essas pessoas agem como se só fossem brasileiros uma vez a cada quatro anos. O país para para ver esse espetáculo de hormônios, até aquela tia que nunca viu futebol vai dizer que torce pelo Brasil e chamar o juiz de ladrão, porque é de lei chamar o juiz de ladrão, mesmo que você não saiba as regras. Eu já fui mais do que apaixonada por futebol, matava e morria por isso, hoje vejo que não faz muito sentido, mas não critico, agora o que falta é bom senso nessa época, as pessoas param de viver para marcar em suas tabelinhas os resultados de jogos. É salve o pão e circo.

Lágrimas Invisíveis

As pessoas não enxergavam

Mas eu chorava

Não por quem ia, mas por quem ficava

Meu rosto não estava molhado

Mas minha alma encharcada

Saber, ou imaginar o que aquilo significava para as lágrimas visíveis

Isso sim era triste, isso sim fez-me verter lágrimas invisíveis.


08-06-2010