terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Amizade

Um amigo me perguntou o que gostaria de fazer antes de morrer, me pegou de surpresa eu nunca havia pensado nisso antese acredito que não respondi exatamente o que ele perguntou, mas a resposta agradou. A frase que se destacou foi: ”espero ter pelo menos um amigo que me viu no pior e no melhor momento e se possível alguém para compartilhar verdadeiramente todas as realizações e decepções”. E quem não quer isso? Mas quem tem esse alguém em sua vida? Parece tão simples, uma amizade... Afinal teremos tantas no decorrer de nossas vidas, o ser humano é um animal sociável faz amizade assim que consegue estabelecer alguma comunicação que não precisa ser verbal.
Teremos amigos no berçário, na pré-escola, no ensino fundamental, médio, faculdade, trabalho, família, vizinhos, virtuais, uns que moram perto outros que moram longe, de todas as idades, mas desse monte de amigos que você conquistou no decorrer de sua vida quem você pode verdadeiramente chamar de amigo? Quem já te apoiou e deu bronca, que te viu no pior e melhor momento, quem te salvou daquela puta bronca, quem dividiu o pouco dinheiro que tinha pra você poder ir aquela festa?
Já tive muitas amizades em minha vida, e olha que não vivi tanto assim, há aquelas que perdi o contato outros que nos falamos às vezes e aquelas que ainda me acompanham, só não sei até quando. Existem amizades que ficam guardadas com muito carinho na lembrança, mas mesmo que houvesse um reencontro há laços que depois de desfeitos dificilmente reatam.
Os amigos se despedem seguem seus caminhos, destinos, carreira, família, amores, novos amigos. Vez ou outra um telefonema ou e-mail, mas já não é a mesma coisa, a convivência foi perdida, aquele alguém com quem você compartilhava cada segundo seja de alegria ou de tristeza já não está mais aqui. Restam são as lembranças e as lembranças não são palpáveis e isso é frustrante.
No entanto não podemos ficar imaginando “até quando vai estar comigo? Vai valer à pena?” isso faz com que não tenhamos se quer as boas lembranças, que por mais ilusórias e fantasiosas que sejam deixam-nos, os saudosistas, mais felizes.
O meu muito obrigada por todos os amigos que tive que tenho e que terei, espero que todos nós tenhamos aquilo que desejei.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

União

Sinto dizer, mas não estou totalmente interada sobre o que está acontecendo na tão renomada Grécia. Mas tenho prazer em dizer que (apesar de violentamente) o povo se uniu em busca de algo comum.
Um jovem de 15 (quinze) anos foi morto e por isso a Grécia está como está, cheia de manifestos, quebra-quebras, gente caída no chão, vidraça quebrada... Quantos jovens de quinze anos são mortos nem ficamos sabendo? Seja no Brasil, no Iraque, no leste europeu, na África, quantos chegam ao nosso conhecimento? E quando chegam o que fazemos é suspirar fundo e dizer “pobrezinho”, habituamo-nos com a morte, a morte faz parte da vida, não é mesmo?
Agora imagine, se a cada morte fizéssemos isso. Não haveria mais país, a tal “ordem” seria abandonada ainda mais escancaradamente. Mas também, vão pensar muito bem antes de matar alguém para aqueles lados, já sentiram a fúria popular jovem (orgulho).
Quebra-se então o conformismo, deu-se a deixa para mostrar o poder da união (ta bom, já sei que é violenta, mas não deixa de ser união). E a união popular brasileira, onde se esconde?
Não se vê mais manifestos, panfletos, denuncias... Antes militares é que censuravam, hoje não precisamos disso. Os últimos manifestos que pude saber de existência foram sobre aqueles casos tão falados pela mídia, casos esses que não vem da favela, não vem do morro, e nem do seu vizinho, vem de longe, vem dos condomínios. Para variar a elite faz com que o povo coloque a mão na merda digo massa para conseguir o que querem, foi assim dês das lutas pela independência e é até hoje, e não há previsão de mudança, infelizmente.
Quando tomaremos poder de nosso destino? Até quando seremos ordenamos por aqueles que pagam os salários? Onde está a união? Onde está a multidão?

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Femismo X Feminismo

Venho lhes dizer, como uma feminista de carteirinha, as difereças entre femismo e feminismo. Palavras essas tão usuais e tão confusas para quem as usa.



feminismo
fe.mi.nis.mo
"sm (lat femina+ismo) 1 Sociol Movimento iniciado na Europa com o intuito de conquistar a equiparação dos direitos políticos e sociais de ambos os sexos. 2 Feminilidade. 3 Med Presença de caracteres femininos nos homens."
Dicionário Michaelis


Feminismo
é um movimento de origem europeia que luta pelo direito igual entre os doiz sexos (feminino e masculino), sua inteção é que sejamos todos iguais, anti sexismos, sem qualquer diferenciação por suas genitarias.
Todos somos seres humanos independentemente de sermos machos ou fêmias.

Femismo é um oposto e ao mesmo tempo sinonimo do machismo, acredita que as mulheres são superiores e os homens tem que fazer tudo à seu favor, enquanto elas vivem lindas e belas dentro de seus vestidos e sapatos de marca. É sexismo.
Sendo assim, é oposto ao feminismo.


Cansei de ouvir inumeras vezes tantas "feministas" que querem ganhar a mesma coisa que os homens, mas são feministas até pagar a conta, até deixar de usar rosa, ou qualquer outra situação. Ou então aquela veja e manjada frase "homem não presta", se homem não presta porque vive se matando por causa deles? Mulheres...(risos). Aquela nova feminista que terminou o relacionamento e quer que todo ser humano que tem um pinto entre as pernas morra, ela não foi feliz ninguém mais será, eles não prestam as mulheres devotam-se a eles e se quer tomam conhecimento. Poupe-me.
Feminismo vai muito além disso, vai em busca de seu direito de ser igual, se ser tratado igual, sem que o sexo influencie em qualquer coisa, seja no tratamento pessoal ou profissional.
Hoje as festas para mulheres em via de regra são mais baratas do que para homens, e porque será? Claro que é para irem mais mulheres ter aquela pegação, claro quanto mais mulher mais chance do feinho se dar bem, e assim todo mundo fica feliz, ela paga menos ele come mais.
Ou então nos comerciais de televisão, onde as mulheres se matam tentando ficar iguais aquelas gostosas do comercial de cerveja, comercial esse que é extremamente estúpido e sem carater humano, e sim animal, onde o ser humano é totalmente desvalorizado por uma gota da bebida sagrada, amém.
E os programas de auditório, Pânico por exemplo, mulheres rebolando, esfregando a bunda nos caras, e as outras tentando atingir aquele modelo de beleza. Como é deprimente isso. E as que estão lá, acham que não tem mal nenhum estão sendo super-valorizadas, seus salários são ótimos.
Quando a criança vai nascer temos cores arbritariamente escolhidas para os sexos onde não há mudança, menino sempre vai ser azul, meninas sempre vai ser rosa. Lembro-me quando tinha meus 5 anos, eu dizia que gostava de azul, as garotas ficavam horrorizadas.
E aquelas feministas que não querem ter deveres só direitos, direito de fazer o que quer, quando quer, tudo que um homem pode fazer, claro. Mas não faz o que um homem deve fazer. Isso é ser femista, direitos sem deveres.

O feminismo vai além de ganhar a mesma coisa, é o direito de ser você, ter ser respeitado e ter respeito, de ter direitos e deveres.

Pense mulher, se você fosse homem alguém levantaria do seu lugar no ônibos para você sentar-se? Quem pagaria a conta? Quem pagaria mais na balada?

Temos que nos por no lugar do outro para ver o que é justo, e o que é justo é sermos iguais.

O voto, mais que um dever um direito

Ainda é tempo deu fazer esse apelo.
QUERIDOS E QUERIDAS do meu BraSil, não votem nulo!
Sabemos o quão importante o voto, o quão importante é o protesto, acontece que esse "protesto" não surte efeito.
Independente de quantos votos nulos tiverem na eleição, ela será válida. O máximo que você vai conseguir votando nulo é presentear o mais votado, é isso que você quer?
Você está anulando o seu direito de ter voz. Como reclamar de uma coisa que você escolheu ser assim? Votando nulo você está compactuando com o que os outros decidirem por você, por nós.
Faça com que a sua opinião seja levada em conta, vote consciente e não por uma moda de pseudo-revolucionários.
Eu também não concordo com o voto obrigatório, e nem que tenhamos que ter alguém que nos governe, mas as coisas são assim e não é votando nulo que vamos mudar alguma coisa.
Temos ainda um dia e algumas horas para escolher os melhores candidatos para o nosso futuro, pense, reflita, tenha conciência do que está fazendo, não faça isso contrariado ou como uma coisa chata, inúmeras pessoas morreram e lutaram para você ter o direito de acordar cedo em um domingo e poder escolher quem vai te governar, não seria justo com elas, com o seu país nem com você se o voto nulo acontecesse pelas mãos de qualquer um.
Seja você, seja o que você pensa, não seja o que o que lhe foi passado como protesto.
Nem todos políticos são tão ruim quanto são pintados, eles são gente como nós, tem idéias, respiram, comem, nasceram assim como nós. O que os torna tão distantes?
Eles também são vítimas de estereótipos.
Sejamos nós, assim mudando o país para o jeito que nós queremos, para o jeito que ele merece ser.

Eles

Eles eram ela e ele.
Ela tinha um bom emprego, uma boa família, um bom apartamento, uma boa bagunça.
Ele também tinha um bom emprego, tinha bons amigos, uma boa conta no banco, uma boa organização.
Ela era de gêmeos, falante, efusiva, indecisa e sonhadora.
Ele era de virgem, calado, realista, perfeccionista e ambicioso.
Eles se conheceram em um dia bom, em um bom parque, estava tudo bem até que ela atropelou ele com sua bicicleta, que era mais alta do que ela, ele então sentiu o sangue percorrer todo o seu corpo coberto de raiva e quando olhou ela o sangue voltou para o seu lugar sorriu para ela e desejou que ela atropelasse ele mais vezes.Ela ficou sem graça e pediu desculpas, estavam perto de um café, ele disse à ela que só desculparia ela se ela o acompanhasse. Ela olhou nos olhos dele e viu que não era só desculpas que ele estava querendo dela, nem ela queria só o perdão dele, portanto aceitou o convide.
Ao chegar ao café, chamado “Nós”, ele perguntou o nome dela, ela respondeu que só diria caso eles fossem nós, ele rio e chamou o garçom, deixou que ela fizesse o pedido primeiro, ele era um cavalheiro, ela pediu chá, um chá que eu não sei escrever o nome. Ele pediu um cappuccino, eles conversavam sobre ele, sobre ela, nada de nós como ela havia sugerido ao chegarem ao café.
O chá e o cappuccino chegaram, eles se olhavam enquanto bebiam suas respectivas bebidas, mas só se olhavam nada de palavras, o olhar substituía-as. Ela elogiou o chá, disse que estava delicioso. Ele perguntou o que ela fazia com uma bicicleta com o dobro do tamanho que deveria ter, se isso era proposital para ela atropelar mais homens como ele para resultar em um chá delicioso.
Ela abaixou a cabeça, olhou-o, sorrio brevemente com um ar de timidez. Disse que era a primeira vez que fazia isso, e que esperava atropelá-lo mais vezes. Ele gostou do que ela disse e aproximou-se, tocou-lhe as mãos, beijou-lhe as mãos, olhou-a nos olhos, fez um suave carinho percorrendo seu rosto e beijou-a levemente aparentando ter medo de quebrá-la, ele achava ela tão frágil. Ela correspondeu e ficaram depois um olhando para o outro, esperando que algo acontecesse, aconteceu, começou a chover, e a cada segundo a chuva piorava, ele pediu a conta, ela quis dividir, era pouco, mas ela não admitia que ele ou qualquer um pagasse o que fosse dela.
Ele quis levar ela para a casa dela, ela disse que não, que teria de fazer outras coisas, ele insistiu, ela também. Despediram-se com ar de até logo.
Ela pegou sua bicicleta, e foi embora até ele a perder de vista. Ele pegou um taxi e foi para o trabalho. Ela quando viu que ele não a via mais, mudou o caminho e foi para casa. Ele ficou com gostinho de quero mais. Ela chegou em casa, guardou a bicicleta, deu um beijo em seu filho, sentou no sofá velho ao lado de seu velho marido, eles tinham um bom apartamento, no outro dia ela iria para o seu bom emprego, mas enquanto isso ficaria na boa bagunça que estava em seu apartamento.
Ele foi para o seu bom emprego, contou o ocorrido para alguns bons amigos, mais tarde passaria no banco, para ver como estava a sua boa conta, afinal ele era bem organizado.
Ele quando chegou em casa e deitou sua cabeça no travesseiro pensou nela, no que ela estaria fazendo, tomando chá?
Ela quando deitou em sua cama, olhou para o seu marido, beijou-lhe a testa, sussurrou algumas coisas deitou e dormiu.
No outro dia, ele não acordará do sonho que teve com ela, e ela pegou sua bicicleta para atropelar outro ele. E assim dias e dias foram seguindo-se, ele sonhando com ela, ela atropelando outros eles, cada um com seu bom emprego, ela na sua boa família, bom apartamento e boa bagunça, ele com seus bons amigos, boa conta do banco e boa organização.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Palestina

Um olhar para a questão Palestina, breve histórico com analise:


Antes judeus e árabes viviam pacificamente em um território de todos. Surge então o ‘defensor dos fracos’, a ONU, fazendo com que se crie um Estado Nação para o povo judeu. Que por coincidência financia e dinamiza a economia dos EUA.
O Estado de Israel é criado, no entanto, para isso acontecer efetivamente, era necessário que milhões de palestinos abandonassem seus lares, Uma série de limpezas étnicas foi realizada. Muitos palestinos morreram, muitos foram viver em acampamentos para refugiados, cidades inteiras foram abandonadas em ruínas.
Os países árabes vizinhos se solidarizaram com seus ‘irmãos’ palestinos, criando uma sucessão de ataques entre o povo árabe e judeu.
Hoje no oriente médio o ‘olhar’ ocidental é Israel, apoiado pela ONU, sem ela Israel nunca teria saúdo do papel, e com isso, em diversas manifestações promovidas pelos árabes contra o ocidente (que é quem financia seus combates e arranja desculpas ridículas para invadir países que detém petróleo) sua bandeia é queimada a pós a das potências ocidentais,
A disputa entre esses povos está longe de acabar, de um lado temos o poderio econômico do outro uma etnia. O grupo Hamas planta o ódio contra os judeus até em suas crianças por meio de programas infantis, fazendo com que em cada geração que se renova o ódio entre as etnias renova-se juntamente, o que pode-se notas no hino de Israel também, que não abandona a idéia de povo livre que dá a entender que sua liberdade tem de ser isolada de todo o resto dos povos.
Diversos ataques aconteceram, entre eles o mais marcante dói a guerra dos seis dias em que Israel derrotou todos os países vizinhos, ataque esse que ainda está muito vivo em ambas as culturas e memórias.
Essa região não conhece a paz, nem conhecerá tão cedo, pois detém grande parte do petróleo mundial o que faz que sempre tenha alguém de olho, prestes a criar um novo conflito, neste ciclo vicioso que é a guerra na região.

domingo, 21 de setembro de 2008

Destino: porões

Esse fim de semana, foi o mais porão da minha vida. Sexta-feira, porão, sábado, porão.
E posso dizer que apesar de não gostar muito de lugares fechados, esses me agradaram bastante, eram bem ventilados.
Sexta foi o meu primeiro show punk (olha que emoção!), bem diferente dos outros (não punks)que eu já tinha ido.
A proximidade da banda com o público é imensa, é como se fosse tudo a mesma coisa, a única coisa que separa é um pequeno palco, de aproximadamente meio metro de altura, que muitos ignoravam e subiam.
Há gente que pensa que essas bandas novas que surgiram na mídia, em especial na MTV, são rock. Sinto informá-los, mas não é!
Rock é ousadia, é igualdade... Não é pop que fica rodeado por seguranças, é arrogante e tem como intuito maior ganhar o disco de ouro, ou aquele prêmio tosco que a ModaTV dá.
Esses caras são uns pops metidos a revoltadinhos roqueiros, tenha a santa paciência!
E a atitude, onde fica?

Mas mudando de assunto, e continuando nos porões, sábado foi dia de teatro, ô maravilha, peça: A Brava, no centro cultural, aconselho quem puder ir vá!
A peça é no centro cultura, como já disse, e não é em nenhum anfiteatro ou coisa do gênero, é em um porão, eles mexem com querosene, então certamente sentirá esse cheirinho durante a peça. Mas retomando ao enredo da peça, conta a história de Joana D'ark, atores muito bons, interpretam essa tragicomédia com excelência. Há uma forte interação com o público e é bem dinâmico, mudamos de "espaço" três vezes.
O valor do ingresso é R$12,00, e para estudantes R$6,00.
Se tiver a oportunidade vá! Vale muito à pena.

domingo, 14 de setembro de 2008

Atingindo a paz sem ser atingido

Afinal devemos viver ou morrer por uma causa? Devemos viver ou morrer pela paz? Vivemos com um ideal de paz em nossas mentes, ideal esse, que criamos dês dos primeiros contatos que temos com as pessoas.
Crescemos ouvindo que deveríamos viver em paz, ouvindo isso da nossa família, amigos, igreja, escola... Mas quando ligamos nossa televisão o que temos é um manual de como não ser pacifico, há casos que falta pedirem para colocarmos um pano na frente da televisão,pois há risco do sangue sair pelo filme. Como podemos esperar que haja paz quando presenciamos conflitos violentos desde a infância? Quando um menino ganha espadas e armas de brinquedo, como esperar que uma geração que aprendeu a brincar de guerra seja pacifica?
Criamos guerras não só entre povos e nações, mas dentro de nossas casas, dentro das próprias famílias. A paz não é algo que se basta para ter entre países, mas ela deve começar dentro das próprias casas.
O ser humano aprende a dar valor para a paz, que tinha, quando a guerra aproxima-se dele. Enquanto isso, estavam jantando em suas casas, vendo jornal que passa nesse horário, vendo corpos trucidados e cidades inteiras em ruínas, e dirão “Oh, meu Deus, que horror!” e continuarão com sua refeição, uns mais sensíveis, no máximo perderam o apetite. E as crianças da guerra que já perderam o apetite, faz tempo, estarão perdendo suas almas, pois seus corpos já não as pertencem.
O impacto que ataques choca em nós depende muito de quem é a vítima, é mais fácil comovermos com um ataque ocorrido nos EUA do que com a guerra que é diária em favelas do Rio de Janeiro, os favelados cariocas não falam inglês e nem são celebridade.
A paz é utópica, é um ideal que buscamos incessantemente desde quando aprendemos o que é violência. Vivemos em um mundo divergente em opiniões, culturas, crenças, religiões, economias, interesses, poderes... Sempre haverá alguém discordando, a paz é atingida quando todos se conformam, quando todos pensam, agem e sentem igual. E isso dificilmente acontecerá.

Questão Kosovo

É engraçado imaginar que no mundo globalizado em que vivemos (e, diga-se de passagem, os EUA apóia essa dita globalização, ou devo chamar de “globalização parcial”?) hajam movimentos separatistas, pois, se o intuito é a interação, agregação e troca dos povos. Não deveria querer partir o território e sim anexar cada vez mais até que vivamos na Rep. Fed. Do planeta Terra. Santa utopia!
Apesar de Kosovo e Servia serem teoricamente um pertencente ao outro, a grande benfeitora OTAN, apoio a repartição do território e criação de um novo estado. Mas como eles são bonzinhos libertaram um povo sofrido.
Na verdade o que há por trás dessa ‘benfeitoria’ é uma estratégia para império estadunidense adquirir maior influência na região lesta da Europa, aquela velha questão EUA X Rússia. E claro, seguir o velho pensamento ‘quanto mais território, mais mão-de-obra, mais matéria-prima. Tornando-se assim cada vez mais soberano’.
Pergunte-me como conseguiram isso que lhe responderei. Basta incentivar grupos extremistas nacionalistas que teremos logo um movimento separatista em desenvolvimento.
E a disputa de poder comandado pelos EUA não vai acabar tão cedo, apesar de seu império estar perdendo força, terá sempre algum país/Estado pronto para ser a próxima vítima.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Compre, Compre, Compre!

Acabo de assistir um documentário com o nome de “The Corporation”, que fala sobre as intenções, boas ou não, e feitos, bons ou não, das corporações multinacionais.
As estratégias usadas no marketing, na manipulação da opinião publica, das sacadas dos advogados, enfim, uma visão do que seria uma corporação, o lado negro do coisa.
Li recentemente também um texto sobre a manipulação do público alvo para o comércio de determinado produto, surpreendi-me ao ver que até a música é usada para isso (como sou ingênua, céus!). Achei algo muito interessante e que daria uma ótima discussão, apesar de anti-ético é muito lucrativo e inteligente os mecanismos usados para isso, crianças são as principais vítimas dos analistas e psicólogos que atuam no ramo. Afinal, elas serão os adultos de amanhã e portanto serão os próximos consumidores, fora o que consomem hoje. Eles criam um ambiente familiar para a criança onde o lúdico é real, e quando adulto procuraram novamente essa sensação de bem estar e liberdade emocional que encontram nessas empresas, MCdonald é um excelente exemplo.
Praticamente tudo que consumimos tem um porque por trás, somos altamente influenciáveis pela mídia. Existem pessoas que estão entre nós que são pagas para fazer propagandas de X produto, sem que desconfiemos, pois é eu fique surpresa quando soube, mas é uma estratégia muito eficaz se formos ver. Quantas vezes você não comprou certa coisa por influencia de alguém que lhe recomendou? Certo que não vamos ficar paranoicos e começar a desconfiar de tudo e de todos, mas para você ser imune à essas ações de lavagem cerebral, você tem que virar um hermitão e viver isolado de tudo, aí sim você será você mesmo, pensará como você é e nada te influenciará, mas também deixará de ter contato com outras pessoas, culturas, pensamentos, e viverá em seu mundo fechado cercado de certezas incertas. Não haverá sistema, nem pessoas para te influenciar, será você com você mesmo, nada além disso.
A questão do monopólio dessas corporações trás revolta à esquerdistas, tão criticados por elas, que se reunidos a um grupo trazem a tona grande sujeira e falta de escrúpulos das corporações, formando assim grupos anti-grandes empresas, que lutam contra monopólios e excessos de poder, por meio de manifestações e boicote. "O povo unido, jamais será vencido!". Acontece que o povo se perdeu em meio de grande alienação, não se vê mais protestos e nem rebeldias, a única coisa que enxergamos é a destruição dos interesses da massa, a desagregação popular e o conformismo. Pobre ser humano.

Eficência

Ano de eleição é uma beleza, tudo acontece: horários de ônibus voltam ao normal, pontes ficam prontas, escolas inauguradas...
Pelo menos a cada quatro anos alguma coisa acontece em todas as cidades do Brasil.
Deve ser algum tipo de movimento que acontece a cada quatro anos, que eu desconheço algo do tipo “faço algo que é notável, em sua cidade”. E pelo que pude perceber muitos políticos são adeptos desse movimento tão fechado que ninguém conhece.
Vou além acredito até que exista algum mecanismo de leilão de votos, brincadeirinha (ou não).
Mas que é impressionante a eficiência política em anos que são múltiplos de quatro é uma maravilha, deve ser numerológico isso, é, talvez seja. Vou consultar um numerólogo e um astrólogo para saber se existe alguma explicação, porque não é possível é muita benfeitoria, nesses momentos que me encho de esperança e digo “nossa como os políticos são bonzinhos e gostam de nós”. E detalhe, sem nenhuma segunda intenção nisso tudo, é pura boa vontade.
O ser humano não é lindo?

Cavalheirismo X Gentileza

Vivemos em uma sociedade em que os homens são criados para “tratar bem” as mulheres, vendo-as com padrões de submissão e obrigação de supostas gentilezas.
Há séculos existe o tal do cavalheirismo que é uma obrigação disfarçada de gentileza e prepotência. Ensinamos, nós mulheres, os nossos filhos que devem tratar bem uma moça de família, que deve pagar a conta, abrir a porta do carro, fazer elogios, enfim, uma infinidade de obrigações que devem ser cumpridas para causar uma boa inpressão na mulher que se tem como “alvo” (desculpe a maneira grosseira).
A princípio o cavalheirismo foi criado pois as mulheres não seriam capazes de efetivar tal função, como abrir portas, pagar contas... E essa cultura de submissão persiste até hoje. Ouço mulheres dizendo que para um homem ser homem é necessário que ele pague a conta, até onde eu sei a carteira não tem nada a ver com a virilidade do individuo em questão. E alguns homens têm como questão de honra (coisa mais antiquada), pagar a conta e passar-se por cavalheiros, carinhosos e sensíveis, coisa que a partir do quarto encontro não nota-se mais, alguns vão além não vou generalizar.
Mas o que essa obrigação da gentileza compulsória trás de bom? Eu respondo firmemente, nada meus queridos e queridas. A gentileza compulsória é uma forma de mostrar como você é manipulado por esse modelo de pensamento tão paradoxal que nos foi plantado dês dos contos de fadas. Isso só vai nos mostrar mais tarde, é claro, o quão forçada foi a sua atitude nos primeiros encontros, só para seduzir a donzela indefesa que precisava de um príncipe salvador para tirá-la das garras do dragão medonho, ó que horror, chega a me dar calafrios e tanto medo!
Caso não fosse compulsório e sim uma coisa de dentro para fora e não de fora para dentro, as mulheres também o fariam, afinal seria um gesto de gentileza com quem se gosta e não apenas a obrigação para causar uma boa impressão.
Claro que não é todas as vezes que o cara abriu a porta para você que ele fez isso de caso pensado tentando te impressionar obrigatoriamente, mas existe a gentileza nos atos, a sutileza natural da conquista, que vai muito além de paradoxos criados por uma sociedade culturalmente ditatorial.
Cavalheirismo é sim machismo, não tem como negar. E as mulheres gostam disso porque também o são, parte o coração dizer isso.
Ouço muitas frases de depreciação sexista tanto de homens como de mulheres, é triste, mas é a realidade. Somos criados para sermos machos e fêmeas e não homens e mulheres como alguns dizem. Somos parte de um sistema cultural que nos dita que devemos e não devemos fazer, até para impressionar alguém que se quer cortejar, falta criarem um manual da conquista onde tudo será artificial e superficial, crescemos acreditando em um padrão ideal de amor, que na prática não existe, e se existe, não será com formulas prontas, como o cavalheirismo que vamos atingi-lo.

domingo, 17 de agosto de 2008

Arrependimento

"Deixo tudo assim
não me importo em ver
a idade em mim
ouço o que convém
eu gosto é do gasto

sei do incômodo
e ela tem razão
quando vem dizer
que eu preciso sim
de todo o cuidado

e se eu fosse o primeiro
a voltar pra mudar
o que eu fiz
quem então agora eu seria

ahh tanto faz
e o que não foi nao é
eu sei que ainda vou voltar
mas eu quem será?

deixo tudo assim
nao me acanho em ver
vaidade em mim
eu digo o que condiz
eu gosto é do estrago

sei do escândalo
e eles tem razão
quando vem dizer
que eu não sei medir
nem tempo e nem medo

e se eu for o primeiro
a prever e poder
desistir do que for dar errado

ahhh ora se não sou eu
quem mais vai decidir
o que é bom pra mim
dispenso a previsão

ahhh se o que eu sou
é tambem o que eu escolhi ser
aceito a condição

vou levando assim
que o acaso é amigo
do meu coração
quando falo comigo
quando eu sei ouvir"

O velho e o moço - Los hermanos


Há momentos em que nos pegamos tentando imaginar a infinidade de rumos que poderíamos ter tomado se tivessemos dito, feito ou não dito ou não feito alguma coisa. Cada escolha nos traz um leque de destinos que opitamos sem saber qual vai ser a continuação da história, quiçá o fim. Saber escolher é fundamental para não nos arrependermos, mas isso nem sempre é suficiente para que não aconteça.
Chorar mágoas passadas, cutucar antigas feridas, imaginar os outros futuros que poderíamos ter vivido, isso trás confusão e incerteza em nossos atos. E se você mudasse o que fez quem então você seria?. Suas escolhas partem de você, são suas, e não de outro alguém (deveria ser assim pelo menos), se é assim porque se arrepender ou julgar que o outro futuro seria melhor? Uma vez perguntei para minha mãe se ela se arrependia de alguma coisa que tinha feito na sua vida.
"- Não.
- Não mesmo?
- É como você perguntar para alguém que está na faculdade se queria poder voltar no passado e estudar mais para aquela prova de matemática que foi mal."
Desde então, eu que já tinha uma posição anti-arrependimento, reforcei a mesma, é bobagem querermos mudar alguma coisa em nosso passado se essa coisa fez parte do que te faz o que é hoje. Defeitos, qualidades, erros e acertos, todos tempos, somos humanos, a busca pela perfeição é tola e estúpida. Não importa o quanto a busquemos, sempre seremos seres humanos, imperfeitos.

O contrário do amor

"O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência?O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada....
Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto."
texto de uma Jornalista gaúcha a qual não me recordo o nome

Sobre o texto:
É a mais pura verdade, odiar é uma forma de amar (mesmo que 'errada'), é como aqueles menininhos que vivem dizendo que odeiam tal menina, fazem o inferno na vida dele, mas é só um meio de chamar atenção da mesma.
Ignorar, esnobar, ser impássivel a alguém normalmente é fruto de alguma frustração, que pode ter saído de seu oposto, o amor, ser impássível é um meio de ferir (sem querer) uma pessoa passional.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

FIDELIDADE FORÇADA UMA DESLEALDADE

Ouço tantas vezes milhares de cobranças que as pessoas fazem aos que estão juntas. Milhares de ‘tem que’, o mais dito e exigido é a tal da fidelidade. Não admite-se de modo algum que a pessoa que estamos junto olhe para os lados, a vítima tem que ter uma visão assim como a dos cavalos.
Quer maior deslealdade que exigir fidelidade?
A fidelidade forçada é uma insegurança que carregamos, exigindo do outro que seja dentro do que acreditamos, aliás que nos fizeram acreditar que é o correto. Há muitos casos onde a pessoa mesmo apaixonada, acaba beijando ou fazendo qualquer outra coisa com outra pessoa, mas não houve envolvimento, não houve sentimento. Isso é traição? Ou traição é quando você está com uma pessoa, que só tem olhos para você, no entanto sua mente e emoção está em outro corpo? Eis a diferença entre lealdade e fidelidade, ser fiel é dedicar seu corpo, ser leal é dedicar seu sentimento.
Forçar o outro a ser fiel é assinar o atestado de insegurança e atiçar o desejo pela traição do outro. Ninguém é fiel a ninguém, somos fieis aos nossos sentimentos, a nós mesmos, não importa se você está ou não com alguém você será fiel a você, ao que você sente, não tente mudar isso, pois só traria dores aos dois lados (ou três, ou quatros, sei lá...). O fato é que trair a você mesmo é uma dor incalculável.
Uma pessoa pode ser leal, mas não ser fiel, e vice-versa. Pelo menos para mim o que importa é o sentimento e não o corpo de quem está ao meu lado. O corpo é algo tão vulnerável, repleto de hormônios que podem te seduzir a qualquer momento, os sentimentos não, não somos donos deles, eles é que são donos de nós.
Muitas pessoas julgam a traição virtual sem importância, discordo totalmente, ser trocado por fotos que podem, dependendo do caso, despertar envolvimento, ahh isso para mim é o fim, ser trocada por uma pessoa que se quer existe na realidade.
Claro, não vamos sair por aí agarrando quem vermos pela frente pondo as culpas nos coitados dos hormônios, mas não vamos exigir que alguém abstenha-se do que faz parte dele, o desejo, a necessidade de sentir o seu ego inflado de vez em quando, isso faz parte. Nós somos seres vaidosos, precisamos que acariciem nosso ego as vezes, e chega um certo momento que as palavras que sempre são iguais que são sempre ditas pela mesma boca não surtem efeito.
Por fim, a maior deslealdade é a fidelidade forçada!

Sinceridade

Sou uma pessoa sincera, isso quase sempre é um problema. Vivemos em um ambiente onde quem se expõe é julgado e condenado, enquanto hipócritas aplaudem o circo protagonizado pelos sinceros. Ser sincero pode causar inúmeros danos, mágoas em pessoas queridas, mostrar seus sentimentos e pensamentos e ser repudiado por isso, basta uma colocação mal feita para perdemos o rumo do assunto. Esse é também um dos motivos pelo qual aprecio escrever. Poder concertar o que foi mal expressado, escrever, apagar, escrever novamente, até que fique como imaginado.
Aprecio muito a qualidade da sinceridade, já fui tantas vezes criticada por ser sincera de mais. Tenho, infelizmente, que concordar que muitas vezes falo de mais, até coisas indigestas, que não deveriam ser ditas. Aprender a ficar quieto é uma excelente aprendizagem, que sem dúvida alguma será muito útil! Mas ao mesmo tempo, muitas dessas pessoas que me criticam, quando precisam de conselhos sinceros é a mim que procuram. E as aconselho na maior boa vontade, bem ou mal eu gosto de ajudar as pessoas, pois tem vezes que o que eu mais quero e preciso são palavras, então quando posso faço o possível para auxiliar os outros.
E nessa de ser ou não ser sincero, acabo por administrar mal a sinceridade, falando tudo que penso e quase nada do que sinto, pelo menos não para as pessoas ‘certas’, digamos assim.
Essa super qualidade e enorme defeito que em mim reside acaba por gerar um imenso conflito onde se quer ser, mas não necessariamente parecer.

domingo, 10 de agosto de 2008

Fútil, inútil e outras bobagens

Um mendigo original. - João do Rio

"Morreu trasanteontem, às 7 da tarde, de uma congestão, o meu particular amigo, o mendigo Justino Antônio .Era um homem considerável, sutil e sórdido, com uma rija organização cerebral que se estabelecia neste princípio perfeito: a sociedade tem de dar-me tudo quanto goza sem abundância, mas também sem meu trabalho _ princípio que não era socialista mas era cumprido à risca pela prática rigorosa.A primeira vez que vi Justino Antônio num alfarrabista da rua São José foi em dia de sábado. Tinha um fraque verde, as botas rotas, o cabelo empastado e uma barba de profeta, suja e cheia de lêndeas. Entrou, estendeu a mão ao alfarrabista._ Hoje, não tem._ Devo notar que há já dois sábados nada me dás._ Não seja importuno. Já disse._ Bem, não te zangues. Notei apenas porque a recusa não foi para sempre. Este cidadão, entretanto, vai ceder-me quinhentos réis._ Eu!_ Está claro. Fica com esta despesinha a mais: quinhentos réis aos sábados. É melhor dar a um pobre do que tomar um chope. Peço, porém,para notares que não sou um mordedor, sou mendigo, esmolo, esmolo há vinte anos. Tens diante de ti um mendigo autêntico ._ E por que não trabalha?_ Porque é inútil.
Dei sorrindo a cédula. Justino não agradeceu, e quando o vimos pelas costas,o alfarrabista indignado prorrompeu contra o malandrim que com tamanho descaso arrancava o níqueis à algibeira alheia. Achei original Justino Como mendigo era uma curiosa figura perdida em plena cidade , capaz de permitir um pouco de fantasia filosófica em torno de sua diogênica dignidade. Mas o mendigo desaparecera , e só um mês depois, ao sair de casa, encontrei-o à porta.Deves-me dois mil-réis de quatro sábados, e venho ver se me arranjas umas botas usadas. Estas estão em petição de miséria.Fi-lo entrar, esperar à porta da saleta, forneci-lhe botas e dinheiro._ E se me desses o almoço?Mandei arranjar um prato farto e, com a gula de descreve-lo fui generoso._ Vem para a mesa._ A mesa e o talher são inutilidades. Não peço senão o que necessito no momento. Pode-se comer perfeitamente sem mesa e sem talher.Sentou-se num degrau da escada e comeu gravemente o pratarraz. Depois pediu água , limpou as mãos nas calças e desceu.Espera aí, homem. Que diabo! Nem dizes obrigado.É inútil dizer obrigado. Só deste o que faltas não te faria. E deste por vontade. Talvez fosse até por interesse. Deste-me as botas velhas como quem compra um livro novo. Conheço-te.
Conheces-me?Não te enchas vaidoso. Eu conheço toda a gente. Até para o mês._ Queres um copo de vinho?_ Não. Costumo embriagar-me às quintas; hoje é segunda.Confesso que o mendigo não me deixou uma impressão agradável. Mas era quanto possível novo, inédito, com a sua grosseria e as suas atitudes de Sócrates de ensinamentos. E diariamente lembrava a sua figura, a sua barba cheia de lêndeas... Uma vez vi-o na galeria da Câmara, na primeira fila, assistindo aos debates,e na mesma noite, entrando num teatro do Rocio, o empresário desolado disse-me:_ Ah! Não imaginas a vazante! É tal que mandei entrar o Justino._ Que Justino?_ Não conheces? Um mendigo, um tipo muito interessante, que gosta de teatro. Chega à bilheteria e diz: “Hoje não arranjei dinheiro. Posso entrar?” A primeira vez que me vieram contar a pilhéria achei tanta graça que consenti. Agora, quando arranja dez tostões compra a senha sem dizer palavra e entra. Um que mal faz?Fui ver o curioso homem. Estava em pé, na geral. Prestando uma sinistra atenção às facécias de certo cômico._ Justino, por que não te sentas?_ É inútil, vejo bem de pé._ Mas o empresário..._ Contento-me com a generosidade do empresário._Mas na Câmara estavas sentado._ Lá é a comunhão que paga.
Insisti no interrogatório, a falar das peça, dos atores, dos prazeres da vida, do socialismo, de uma porção de coisas fúteis, a ver se o mendigo falava.Justino conservou-se mudo. No intervalo convidei-o a tomar uma soda, por não ser quinta-feira._ Soda é inútil. Estás aborrecer-me. Vai embora.Outra qualquer pessoa ficaria indignadíssima. Eu curvei resignadamente a cabeça e abalei vexado.A voz daquele homem, branca fria, igual, no mesmo tom, era inexorável._ É um tipo o teu expectador – disse ao empresário._ Ah! Ninguém lhe arranca palavra. Sabes que nunca me disse obrigado?Eu andava precisamente neste tempo a interrogar mendigos para um inquérito à vida da miséria urbana e alguns dos artigos já haviam aparecido. Dias depois, estando a comprar charutos, entra pela tabacaria adentro o homem estranho._ Queres um charuto?_ Inútil, só fumo às terças e aos domingos. Os charuteiros fornecem-me. Entrei para receber os meus dois mil-réis atrasados e para dizer que não te metas a escrever ao meu respeito._ Por quê?_ Porque abomino a minha pessoa em letra de forma, apesar de nunca a ter visto assim. Se fizeres a feia ação, serei forçado a brigar contigo, sempre que te encontrar._ A perspectiva de rolar na via pública com um mendigo não me sorria. Justino faria tudo quanto dissera. Depois era um fenômeno de hipnose. Estava inteiramente dominado, escravizado àquela figura esfingética da lama urbana, não tinha forças para resistir à sua calma e fria vontade. Oh! Ouvir este homem! Saber-lhe a vida!Como certa vez entretanto, à 1 hora da manhã, atravessasse o equívoco e silenciosos jardim do Rocio, vi uma altercação num banco. Era o tempo em que a polícia resolvera não deixar os vagabundos dormirem nos bancos. Na noite de luar , dois guardas civis batiam-se contra um vulto esquálido de grandes barbas. Acerquei-me era ele.
Vamos seu vagabundo._ É inútil. Não vou_ Vai à força!_ É inútil, Sabem o que é esse banco para mim? A minha cama de verão há doze anos ! De uma hora em diante,por direito de hábito, respeitam-na todos. Tenho visto passar muito guarda, muito suplente, muito delegado. Eles vão-se, eu fico. Nem tu, nem o suplente, nem o comissário, nem o delegado, nem o chefe serão capazes de me tirar esse direito. Moro neste banco há uma dúzia de anos. Boa noite. Os civis iam fazer uma violência. Tive de intervir, convencê-los, mostrar autoridade, enquanto Justino, recostado e impassível, dizia:_ Deixa. Eles levam-me ,eu volto.Afinal os guardas acederam, e Justino deitou-se completamente._ Foi inútil. Não precisava. Mas eu sou teu amigo?_ Meu amigo?_ Certo. Nunca te pedi nada que te pudesse fazer falta e nunca te menti. Fica certo. Sou o teu melhor amigo, sou o melhor amigo de toda a gente._ E não gostas de ninguém._ Não é preciso gostar para ser amigo. Amigo é o que não sacrifica.E desde então comecei a sacrificar-me voluntariamente por ele, a correr a polícia quando o sabia preso, a procura-lo quando o não via e desesperado porque não aceitava mais de dois mil-réis de minha bolsa, e dizia, inexorável, a cada prova da minha simpatia:_ É inútil, inteiramente inútil!
Durante três anos dei-me com ele sem saber quantos anos tinha ou onde nascera. Nem isso. Apenas ao cabo de seis meses consegui saber que fumava aos domingo se às terças, embebedava-se ás quintas, ia ao teatro às sextas e às segundas, e todo dia à Câmara. Nas noites de chuva dormia no chão! Numa hospedaria; em noites secas no seu banco. Nunca tomava banho, pedia pouco, e ao menos alarde de generosidade, limitava o alarde com o seu desolador: é inútil. Teria tido vida melhor? Fora rico, sábio? Amara? Odiara?Sofrera?Ninguém sabia. Um dia disse-lhe:_ A tua vida é exemplar. És o Buda contemporâneo da Avenida.Ele respondeu:_ É um erro servir de exemplo. Vivo assim porque entendo viver assim. Condensei apenas os baixos instintos da cobiça, exploração, depravação, egoísmo em que se debatem os homens se na consciência de uma vontade que se restringe e por isso é forte. Numa sociedade em que os parasitas tripudiam _ é inútil trabalhar. O trabalho é de resto inútil. Resolvi conduzir-me sem idéias, sem interesse, no meio do desencadear de interesses confessados e inconfessáveis. Sou uma espécie de imposto mínimo, e por isso nem sou malandro, nem mendigo, nem um homem como qualquer _ porque não quero mais do que isso._ E não amas? _ Nem a mim mesmo porque é inútil. Desses interesses encadeados resolvi, em lugar de explorar a caridade ou outro gênero de comércio, tirar a percentagem mínima, e daí o ter vivido sem esfôrço com todos os prazeres da sociedade, sem invejas e sem excessos, despercebido como o invisível . Que fazes tu? Escreves? Tempo perdido com pretensões a tempo ganho.Que gozas tu? Teatros, jantares, festas em excesso nos melhores lugares. Eu gozo também quando tenho vontade, no dia de porcentagem no lugar que quero _ o menor, o insignificante _ os teatros e tudo quanto a cidade pode dar de interessante aos olhos. Apenas sem ser apontado e sem ter ódios. ­
­_ Que inteligência a tua!_ A verdadeira inteligência é a que se limita para evitar dissabores. Tu podes ter contrariedades. Eu nunca as tive. Nem as terei. Com o meu sistema dispenso-me de sentir e de fingir, não preciso de ti nem de ninguém, retirando dos defeitos e das organizações más dos homens o subsídio da minha calma vida.É prodigioso ._ É um sistema, que serias incapaz de praticar, porque tu és como todos os outros, ambicioso e sensual.Quando soube da sua morte corri ao necrotério a fazer-lhe o enterro. Não era possível. Justino tinha deixado um bilhete no bolso pedindo que o enterrassem na vala comum “a entrada comum do espetáculo dos vermes”.Saí desolado porque essa criatura fora a única que não me dera nem me tirara, e não chorara, e não sofrera, e não gritara, amigo ideal de uma cidade inteira fazendo o que queria sem ir contra pessoa alguma , livre de nós como nós livre dele, a dez mil léguas de nós, posto que ao nosso lado.E também com certa raiva _ porque não dize -lo? _ porque o meu interesse fora apenas o desejo teimoso de descobrir um segredo que talveznão tivesse.Enfim morreu. Ninguém sabia da sua vida, ninguém falou da sua morte. Um bem? Um mal?Nem uma coisa nem outra, porque, afinal, na vida tudo é inteiramente inútil..."


Vivemos cercados de inutilidades e futilidades, meras vaidades que não nos serviram para nada, não nos acrescentaram em nada. Cortar o inútil, fútil o que não serve, é um bom começo para começarmos a ver quem somos de verdade o quão interessados somos nas coisas, o que nos faz e não faz bem, o que é e o que não é convencionado.
Pode parecer assustador, mas é um modo extremista de vermos nossa verdadeira personalidade. Tenho minhas inúmeras inutilidades as quais não me desapegaria, pelo menos não por enquanto, vejo o quão mesquinha sou quando se trata disso.
Certas manias, objetos, lembranças as quais nos apegamos e não desapegamos a não ser que trabalhemos duro para isso. Tenho cortado o inútil, posso dizer que isso faz um bem danado.

Pra mim ou pro folgado?

Há um tempo atrás, não muito, tive uma aula de história em que surgiu o assunto das cotas em escolas públicas em faculdades públicas.
Os mocinhos da história, ofendidos por 'perderem' sua vaga na faculdade para esses 'folgados' das escolas públicas, ora onde já se viu tamanho absurdo!
Esqueceram-se, no entanto de como é o ambiente escolar, como é o ensino, é fácil achar que todo mundo é do mesmo 'nível' que você, com bons professores, com um ambiente para estudo, favorável, sem ter que trabalhar para viver, é muito bom mesmo, se fosse assim não haveria por que das cotas, realmente.
O ensino público infelizmente não é dos melhores, não há nem como ser, por vários fatores, ambiente, falta de incentivo a falta de oportunidade... Esquecem-se de que apesar da teoria ser linda, não somos todos iguais e nem temos as mesmas chances, mas enfim, não é bem sobre isso que eu quero falar.
Retornando à aula, um aluno diz:
- Sabia que vai aumentar a cota para alunos da escola pública. - então respondo.
- Você sabia que a nossa escola é considerada escola pública? - silêncio. Eis que uma aluna pergunta.
- Então por que pagamos mensalidade?
- Porque é fundação- a professora responde.
A partir desse momento, ninguém mais reclamou das cotas. Estranhamente os alunos começam a concordar com as cotas, apesar de nossa escola ter estrutura de escola particular, bons professores, bom ambiente, bom preparo...
Percebe-se então que tudo que não os beneficia é injusto, mas a partir do momento que beneficia não é nada mais que justo, vai entender.

Estúpidos

É triste ver como as pessoas são tristes
Como são inseguras e tem toda hora que se auto-afirmar
É triste ver a falta de personalidade
A falta de coragem que as pessoas têm de serem elas mesmas
É triste ver a hipocrisia nos olhares, censuras, toques e sussurros
A falta de honestidade nos atos
É triste ver como as pessoas podem ser impassivas
cercadas por razões exatas em suas fechadas vidas
É triste ver o sofrimento de quem se submete
A falta de caráter de quem explora e maltrata
É triste ver como as pessoas tocam os corpos
a falta de toque no intimo, na alma
É triste ver as pessoas
Tão estúpidas e animalescas...

Senhas

Eu não gosto de bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto
Eu aguento até rigores
Eu não tenho pena dos traídos
Eu hospedo infratores e banidos
Eu respeito conveniências
Eu não ligo pra conchavos
Eu suporto aparências
Eu não gosto de maus tratos
Mas o que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto
Eu aguento até os modernos
E seus segundos cadernos
Eu aguento até os caretas
E suas verdades perfeitas
o que eu não gosto é de bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos modos
Não gosto
Eu aguento até os estetas
Eu não julgo a competência
Eu não ligo para etiqueta
Eu aplaudo rebeldias
Eu respeito tiranias
E compreendo piedades
Eu não condeno mentiras
Eu não condeno vaidades
o que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos modos
Não gosto
Eu gosto dos que têm fome
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem...


Senhas - Adriana Calcanhotto, e nem só de rock é feita a vida de uma pessoa.

domingo, 13 de julho de 2008

Dia do Rock

Dia do rock, é hoje minha gente, feliz diga do rock pra vocês.
Que o rock volte a ser como antes e deixe modinhas e tendências de lado.
Que o preto não seja só uma cor da moda, mas sim uma identificação.
Que o estilo musical seja uma escolha e na uma tendência.
Que as letras voltem a ter atitude.
Que os agudos e graves se misturem em uma única música, sem pudor.
Que se fale de tudo e mais um pouco (sem apologias, né gente, hohohoh).
Que tenha com que se identificar além do que a mtv mostra.
E que acima de tudo, as verdadeiras bandas de rock botem pra foder! Como já diriam as velhas.
"Paulão foi pro bar e disse que vai beber até morrer
disse que tá com o saco cheio de ter que se vender
de trabalhar de dia pra tocar na madruga
Paulão é um presidiário planejando a fuga
ele se sente um covarde, um vendido idiota
que precisa achar coragem para encarar a própria sorte
ele tá deprimido e sabe bem o que fazer
Paulão foi pro bar e vai beber até morrer

Paulão quer família mas não sabe ficar sentado
Paulão quer mobília, mas só vive chapado
e sabe que sua namorada está certa
quando não aceita viver em função da sua loucura
Paulão compreende bem a doença e sabe que ela não tem cura
ele tá com o saco cheio e é assim que deve ser
Paulão foi pro bar pra beber até morrer

Paulão tá puto com as rádios vendidas que não tocam seu som
ele sabe que a culpa é sua, coisa deste seu estranho dom
de falar do que todos fazem mas não contam
de escancarar o que está disfarçado nas novelas
de que tratam-se não de homens e mulheres, mas de cães e cadelas
que uivam baixinho sufocando os desejos
que querem dar e comer mas se contentam com beijos
Paulão é um cara errado e não sabe o que fazer
Paulão foi pro bar pra beber até morrer

Paulão olha em volta e só vê um bando de babacas
eles tem medo da violência das armas e da crueldade gravatas
sabe que a morte virá e teme que demore demais
sabe que é forte e é isso que o irrita ainda mais
se tranca no quarto e escreve uns versos sem luz
espanca um velho retrato e pede ajuda a jesus
e sabe que o mundo é esta porra que se vê
ei, Paulão: posso beber com você ???"
Paulão foi pro bar - velhas virgens


E fica aqui registrada a minha homenagem à:

Aborto elétrico
Agrotóxico
Apocaliptico
Bulimia
Camisa de Vênus
Cazuza
Cólera
Expermatrix
Garotos Podres
Inocentes
Joelho de Porco
Lixomania
Lobotomia
Ira! (correção do nome)
Olho seco
Paralamas do Sucesso (início deles)
Plebe Rude
Raimundos
Raul Seixas
Renato Russo
Replicantes
Restos de Nada
Rita Lee
RPM
Titãs (início deles)
The Beatles
T.P.M.
Velhas Virgens

entre tantas outras...

MUITO ROCK'N'ROLL PRA VOCÊS!

Universos nada paralelos

Estou na cidade que tanto amo, a minha cidade, (oquei, vou parar de bairrismo, coisa feia!)
Bom, entre ontem e hoje pude perceber o quão diferente são os ambiente. Ontem passei por bairros pobríssimos, onde não se vê quase casas e sim barracos. Hoje fui ao shopping para trocar uma roupa com a minha irmã, e vi, uma mega elite, um pequeno vaso custava R$4 mil reais, um jogo com 3 pratos, idem. Um par de sapatos (claro que com um ótimo estilista assinando a coleção), R$3 mil reais. Fui ficando cada vez mais abismada com as diferenças, os shoppings são diferentes, cada um com seu público. Ambientes criados para que a pessoa que não seja do publico alvo se sinta constrangida, mal vista, seja ela de um público que tenha mais ou menos dinheiro que o da classe a ser atingida.
Começo a ver cada vez mais os abismos simples que separam os seres humanos, é uma sensação de impotência gigante, você ver isso, ficar escandalizada e não ter se que voz para dizer qualquer coisa.
Os olhares hipócritas e de julgamento são constantes nos dois universos.
E depois não sabem porque as pessoas perdem as esperanças.

Destino

Fiquei tentando achar nas coisas triviais algo para escrever, não achei. Tentei achar algum sentimento para falar, fugiram-me as palavras.
Comecei a me dar conta do quando não sei do que escrever, faz tempo que não venho aqui, e vejo só, tudo jogado, se fosse um livro já estaria empoeirado na certa.
Foi necessário acordar para perceber isso, enquanto a gente sonha de olhos abertos não percebe.
Bobeirinhas coisas corriqueiras, não passam de detalhes, tudo então se torna um grande vão onde as pessoas ações, tudo vai se perdendo, um imenso buraco negro. e onde estão aqueles que compartilham das suas alegrias, triunfos e perdas? Estão lá, esperando por você no buraco negro, esperando que você abra os olhos e veja como estão as coisas para poder ponderar e aceitar a realidade.
Escrever, imaginar, estar de olhos abertos, não é suficiente para se viver. Respire fundo, e dê uma olhada no que está à sua volta, o que você tem feito, e as pessoas que estão com você, como você as vem tratando?
Mesmo as coisas engraçadas, não trazem nenhum riso, ou então a mais boçal das ações lhe mata de rir, o buraco negro nos deixa assim, cheios de extremos. Muitas vezes achamos que sabemos o que vamos fazer caso o seu plano de errado, mas não sabemos. E quando da errado, o que fazemos? Nos forçamos à abrir os olhos e enxergar que não basta ter planos, artimanhas, estratégias, a vida é além disso, o destino não nos compreende totalmente, aliás, nós que não o compreendemos.
É revoltante perceber isso, mas é a verdade, certas coisas não têm como você planejar ou criar planos B,C,D,E,Z... Elas simplesmente não vão acontecer como você espera.
E tantas outras, melhores às vezes, vem no inesperado, e como já me disseram um dia "As coisas que não são planejadas, sempre nos trazem boas surpresas", tenho que concordar, não que sempre sejam assim, mas o inesperado nos traz a alegria da surpresa, a satisfação da espontaneidade.
O destino é algo que eu acredito e muito, ele nos trás e nos leva onde quiser, claro que podemos interferir, mas ele e só ele tem um plano, pode parecer coisa de doido ou fanático, mas é o que eu realmente penso e sinto.
E toda forma de sentimento é válida, todas nos vão trazer algum crescimento não importa a idade ou a circunstancia, nós sempre vamos crescer enquanto sentirmos, e isso é algo simplesmente magnífico.
O que posso dizer sobre o buraco negro é, não planeje sua volta, ida, permanência com total segurança, sempre haverá uma brecha para o improvável, e as surpresas estarão aí.
E nunca se esqueça de ver o que está aí, com você.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Quanto vale ser crítico?

Quanto se investe na educação de um brasileiro?
Vemos dia a pós dias a desvalorização dos nossos professores, profissionais esses que educam as crianças e adolescentes brasileiros.
“Mas porque instruí-los e deixá-los críticos? Se deixando do jeito que está é mais interessante, já que não serei cobrado e fica mais fácil a persuasão para conseguir meus votos. Ora, meu filho irá estudar na melhor escola particular da cidade. Salvo o meu e consigo voto, não tenho com que me preocupar!”
A educação é um ponto muito desvalorizado desde a faxineira até o maior cargo da escola. Ganha-se pouco, trabalha-se muito, pode até receber ameaçar. E para que? Para ser considerado folgado e incompetente. A falta de estimulo financeiro e intelectual é gigantesca, o que faz com que professores e professoras se sintam cada vez piores.
Hoje em Piracicaba e São Paulo há propostas para municipalisar as escolas estaduais, o que torna ainda mais agonizante essa vida de professor. Saber que pode perder o seu emprego mesmo ganhando mal e trabalhando muito, é um emprego. É de lá que tira-se o sustento, que pagasse a escola particular do filho, os impostos, comida, céus!
E todos nós nos acomodamos com essa situação. Criando uma privatização involuntária da educação, pois ou você paga uma escola para que o seu filho e ele passa no vestibular, que, diga-se de passagem, são as correntes que arrastamos no ensino médio, ou coloca seu filho em uma escola pública com nível de ensino baixo e um ambiente horrível, por ‘n’ fatores sociais e econômicos.
E não basta aumenta o salário dos professores para se ter uma boa escola. Mas melhorar TODA a estrutura. Mas isso não vale a pena é mais vantajoso termos cidadãos aculturados e não críticos. Assim os votos ficam mais fáceis de conseguir.
E enquanto bandeiras forem pesadas de mais para nossos braços, tudo continuará como está.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Onde está?

"Tu que dormes, espírito sereno,
Posto à sombra dos cedros seculares,
Como um levita à sombra dos altares,
Longe da luta e do fragor terreno.

Acorda! É tempo! O sol, já alto e pleno
Afugentou as larvas tumulares...
Para surgir do seio desses mares
Um mundo novo espera só um aceno...

Escuta! É a grande voz das multidões!
São teus irmãos, que se erguem! São canções...
Mas de guerra... e são vozes de rebate!

Ergue-te, pois, soldado do Futuro,
E dos raios de luz do sonho puro,
Sonhador, faze espada de combate!"

A um poeta - Antero de Quental


Li esse poema esses dias, e me pergunto, onde está a voz da multidão?

Um pouco de romantismo

Pro dia dos namorados não passar em branco...


"Quero te fazer uma proposta indecente.

Que tal ficar só a gente.

Pra falar bobagem, dar risada, falar coisa séria, beijar, compartilhar, dar carinho, ver um filme, ir ao supermercado, ter sacanagem, tirar fotos, andar de mão dada, tomar café, ler poesia, discutir economia, falar sobre trabalho, estudo, escutar música, contar piada, chorar de tristeza e alegria, fazer cafuné, andar de carro, ônibus ou a pé. Escolher o jantar, almoço, café da manhã na cama. Dar a mão, o braço, o corpo inteiro. Abraçar amassar, realizar, talvez sonhar. Fingir que somos feitos um para o outro, pelo menos no breve espaço de tempo em que cruzarmos nossos olhares. Sentir a respiração a palpitação cardíaca a excitação do corpo, ver a transpiração, olhar as mãos que suavemente passeiam pelos corpos como se fosse quebrar e derrepente por um instinto mudar tudo pelo avesso. Pelo breve momento de amar e desamar."

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Aos seres apaixonados

Amanhã é dia dos namorados, e resolvi dar meu parecer sobre o assunto.

Afinal, o que é o dia dos namorados? Eu respondo. Dia dos namorados é mais um dia onde o comercio ganha com essas datas, não sei por quem estipuladas, que lindo, o dia do amor.

Data essa criada para se ter mais um dia comprando e ganhando presentes, assim como natal, páscoa, perdeu-se a essência. Comemora-se uma vez por ano essa distinta data e pelos ‘apaixonados’, tão glorificada.

Não entendo como pessoas apaixonadas comemoram um dia dos namorados por ano. A meu ver, dia dos namorados, para que namora, deve ser todo dia, com demonstrações diárias de afeto, carinho e respeito mutuo. Essa história de presente e romantismo uma vez por ano não me desce a garganta. Fazer surpresa, dar carinho, jogar conversa fora, andar de mãos dadas, ir ao supermercado, isso tem muito mais valor do que um presente carérrimo e um cartão que se quer foi escrito com as suas palavras, pois provavelmente deve ter sido copiado de algum site de mensagens que você viu por aí na internet.

Uma poesia, flores, romantismo de garota inexperiente, eu sei, mas isso tem muito mais validade do que qualquer outra coisa.

Você ó ser apaixonado faça de cada dia, dia dos namorados, não espere por uma data comercial para lembrar que existe alguém que te faz feliz a cada dia.

domingo, 8 de junho de 2008

Alforria profissional

"Estou trancado em casa e não posso sair
Papai já disse tenho que passar

Nem música eu possao mais ouvir
E assim não posso nem me concentrar
Não saco nada de Física

Literatura ou Gramática

Só gosto de Educação Sexual

E eu odeio Química

Não posso nem tentar me divertir
O tempo inteiro eu tenho que estudar

Fico só pensando se vou conseguir

Passar na porra do vestibular

Não saco nada de Física
Literatura ou Gramática
Só gosto de Educação Sexual

E eu odeio Química

Chegou a nova leva de aprendizes
Chegou a vez do nosso ritual
E se você quiser entrar na tribo
Aqui o nosso Belsen Tropical
Ter carro do ano,TV a cores,pagar imposto,ter pistolão
Ter filhos na escola,féria na Europa,conta bancária,comprar feijão
Ser responsável,cristão convícto,cidadão modelo burguês padrão
Você tem que passar no vestibular

Não saco nada de Física
Literatura ou Gramática
Só gosto de Educação Sexual
E eu odeio Química
Química

Química"
Química- Aborto Elétrico


Senhor do nosso Futuro profissional, o santo vestibular.
Vivemos acorrentados à ele
no decorrer de nossas vidas estudantis.

Vivemos em um método de estudo que qualifica como quem
passa no vestibular sendo a
pessoa melhor capacitada, tendo noções superficiais de
muitas coisas, esquecendo que
mais vale saber bem uma matéria do que pouco de muitas.

Eu sou mais uma escrava desse senhor, estudo como uma
condenada para passar no
vestibular para uma faculdade pública, não só por não
pagar diferentemente, mas pela
qualidade de ensino também.

Presencio diariamente a briga que os professores tem
com o vestibular, principalmente
os de humanas que preferem discutir sobre os assuntos
normalmente.

Muitas pessoas não tem condições de passarem em um
vestibular, não por não terem
dedicação, mas pela falta de oportunidade, temos
que ter uma reforma na educação
pública urgentemente, mas não é interessante.
Cidadão burro = eleitor fácil,
infelizmente é essa a nossa política, política
essa que carregamos desde o início
dos tempos.A educação pública pede socorro, e
não é só a melhorando a educação que
criamos cidadãos conscientes (e que passem no
vestibular, amém, assim seja!), temos
que melhorar a saúde, o ambiente da escola, a
alimentação, os problemas sociais, TUDO.
Isso é interligado, gerando um clico vicioso,
quando não se tem ambiente é
impossível estudar e ter um proveito bom.As
faculdades deveriam ter outro método de
avaliação, não digo por mim, mas pelas pessoas
que tem afinco, mas não tem
oportunidades.Histórico escolar, acredito que
poderia ser uma boa saída.E enquanto
esse senhor nos escravizar, poucos poderão
crescer profissionalmente, alforria
profissional e intelectual JÁ!

Um grande amigo

"Hoje em dia muito se escreve sobre amigos e amizade. Ditam comportamentos, agradecimentos, à tona centenas de palavras sustentando- numa imposição disfarçada- que amigo é isso ou aquilo, que faz assim ou assado. Pra ser meu amigo não precisa falar só na hora certa, ouvir sempre com atenção, partilhar as dificuldades... Tudo sem esperar retribuição. Não quero onerar o meu amigo com a constância de um comportamento que às vezes nem eu mesma consigo.

Pra ser meu amigo não precisa estar sempre ao meu lado nem contar todos os segredos. Também não precisa emprestar todas as coisas nem amparar todos meus medos. Cada um tem seu jeito de sentir, seu tempo de aprender... Sua forma de viver. Se eu aceitar tudo isso em você e você aceitar tudo isso em mim, então seja bem-vindo! Sua sinceridade faz de você meu grande amigo."


Rina Mari Mári Furuta

Fast

"Dia desses pensei que o ritmo da vida moderna ficou muito rápido. Repare que quase nada se faz devagar. Saímos de casa rapidamente, almoçamos depressa e voltamos pra casa correndo. Nossas relações ganham tempo cronometrados. E o que será que perdemos embarcados nesse “trem” tão veloz?

Coincidentemente assisti numa das noites em que pensava no assunto o filme As luzes de um verão, do diretor vietnamita Tran Anh Hung, diretor também do filme O cheiro de papaia verde. Pronto! Estavam lá quase todas as respostas que eu procurava."

Caetano Nucci

sábado, 31 de maio de 2008

Ao tronco da questão, digo, raíz

Essa semana foi votado se a lei sobre a pesquisa com células tronco no Brasil é ou não constitucional.
Como uma lei que vai salvar vidas não é constitucional, minha gente?
Depois de toda aquela enrolation foi dado o veridicto, é constitucional!
Em alguma coisa nosso estado teria que pelo menos parecer laico.
Não entendo como alguém pode ser contra pesquisas que salvam vidas, que pode ser a sua amanhã. Esses fetos que seram usados não iam nascer de qualquer forma, não tem porquê não serem usados. Preferem que eles não seja usados para nada e apenas descartados ou então salvarem vidas?
Temos que ser racionais, e largar essa visão religiosa em nossas leis. Não estou querendo que você, leitor, não tenha religião, longe de mim, pelo contrário acho ótimo alguém ter uma fé, mas que não influencie nas leis de uma nação inteira.

Caso de vida ou morte

Ontem houve uma pequena discução na aula de história sobre a pena de morte.
Pasmem, 20 votos contra e 4 à favor, contando com o da professora!
Eu pessoalmente, acredito que isso é fruto de falta de informação, deram 'sua' opinião sem se aprofundar no assunto, e por isso esse indicador de tantos pseudo-homicidas na minha classe.
Sou contra, e digo o porquê.
Inocentes podem morrer nessa história, imagina se você fosse condenado com pena de morte por algo que não foi você quem fez, enquanto o culpado continua com suas barbaries fora da cadeia.
Ouvi um caso que aconteceu no sul do Brasil, um garoto tinha um sangramento pelo anus, e a médica disse para as autoridades que ele estava sendo estrupado, o que acarretava no sangramento. O pai da criança foi preso, estrupado, virou a mulherzinha da galera. Mais tarde foram descobrir que ele não havia feito nada, e que o tal sangramento era decorrente de uma doença. E se existisse pena de morte e ele fosse condenado?
E só cara fudido ia morrer, não me venha com essa história contraditória...' ah, mas boyzinho não é preso '. E com pena de morte ele iria ser preso? Só pobre fudido ia ser preso e morto, meu bem. Não é bem assim que a banda toca.
O nível de criminalidade iria aumentar também afinal, se o cara vai morrer porquê não fazer algumas atrocidades, só pra não cair na rotina?
Ahhhh me poupe cidadão!
É muito fácil e simplista dizer que isso vai resolver o problema criminal no Brasil, é necessário se aprofundar nos assuntos para se ter uma opinião. Aliás, é muito fácil ter opinião, é sim, mas não a sua, para você ter a sua opinião, tem de estudar e se aprofundar, caso contrario, terá a opinião de qualquer zé que te passou a informamção.
Reflita, e não assita Globo!

Novo tic-tac

Rápido, ansiedade, nervosismo, ’stress’, informação, tecnologia, claustrofobia, outras fobias, rinite, poluição, correria, cinza, mau-humor, colisão, pressão, cobrança, correria, maneira, prédio, computador, celular, ’vc’. Devo ter esquecido alguma coisa, me desculpe.

Esses são alguns dos componentes da vida de uma pessoa que habita alguma das grandes cidades. Vivemos em um tempo, ou melhor, o tempo vive em nós nesses últimos tempos. O tic-tac do relógio não vai mais no mesmo compasso do dia-a-dia.

Não vou perguntar se você parou para pensar sobre isso, pois obviamente não teve tempo.

Mas devo ressaltar que existem muitos tipos de pessoas. Vou me restringir as urbanas e as não-urbanas, veja bem, esses urbanos não precisam necessariamente morar em uma metrópole e o não-urbano não precisa necessariamente não morar em uma metrópole. O que vai dizer o que uma pessoa é, urbana ou não-urbana, é a ‘paixão’ que tem em relação ao seu cotidiano.

Há quem goste de tudo que eu disse no início e mais um pouco, urbanos e os que têm verdadeira repulsa, os não-urbanos.

Ora tudo é tão rápido e transitório nesse novo tic-tac os sentimentos não tem nem tempo de darem sinal de vida. A vida social pouco existe. O foco é a profissão.

Vivemos sob a seguinte filosofia, ‘tempo é dinheiro’, e assim vamos sobrevivendo. Nesse ambiente que cada segundo você poderia estar fazendo muitas outras coisas.

Estou escrevendo esse texto e olhando para o relógio, que mais algum exemplo?

A ansiedade vem tomando conta das pessoas cada vez mais. Tudo tem de ser rápido, objetivo e bem feito, isso é sinal de eficiência.

- Vamos, rápido! Já estudou, ganhou dinheiro, ligou para a sua avó, visitou a sua tia, mandou o e-mail para o seu chefe, mandou as flores para a sua namorada? Não, esqueça as flores.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Papo de mesa de padaria

Quando foi? Acho que foi sábado. Tive uma aula completa de história mundial.
Estava na padaria jantando, e uma mulher de certa idade junto com um homem de mais idade ainda, esgoelada seus ideais, feitos e a história mundial.
Contava de quando foi presa, das inúmeras revoltas que os jovens da época tinham e se rebelavam. De poucas vergonhas vistas ao decorrer de sua vida, e que tinha pena das crianças que estavam nascendo (e acredite, ela olhou para mim quando falou isso, me senti mais nova ainda do que já sou), pois essas sim veriam o que a sociedade iria se tornar, com essa libertinagem, dispudorisação, e falta de idealismo.
Falou pelo menos umas duas horas, o tempo que fiquei lá. Meu pai disse para a minha irmã "Imagina se a Jé resolve conversar com essa mulher, aí sim que esse papo não acaba mais", pois essa mulher falava, falava, falava, mas o homem permanecia quieto, acho que com medo de cometer alguma gafe.
Concordo em partes com que ela disse os jovens hoje não tem mais ideais, e se tem não os mostram. Deixam tudo no plano do imaginário, não lutam pelo que acreditam, na história do nosso país, já tivemos um movimento estudantil de verdade, que lutava pelos nossos direitos. Certo que o que fizeram de queimar a biblioteca não foi nada inteligente, no entanto, estavam agindo, diferente de agora.
Nosso movimento estudantil hoje, se resume em conseguir meia entrada para ver show, cinema, enfim. O que não é ruim, mas está muito restringido a coisas mínimas.
Onde está todo aquele fogo idealitário juvenil? Como pode uma geração que botava fogo no que via seus filhos serem uns merdas que ficam ouvindo 'músicas' creuzóticas e vendo mtv e não terem nenhum ideal?
Ou então se tem algum ideal, falam, falam, e vão contra os mesmos, são os pseudo-revolucionários, que votam em branco e tem uma filosofia xy de vida e não limpam nem a própria bunda direito. Não sabem ao menos o porquê estão fazendo isso, alguns, mas fazem.
Falta paixão para essa geração (estou falando como velha, devem ser os cabelos brancos que já me acompanham à algum tempo) não se vê gente discursando, debatendo quiçá fazendo por seu país. Isso me entristece, mas é assim que a banda toca, e provavelmente não será 'gritando' por meio de um blog que conseguirei que se forme algo de expressão, não que não seja minha vontade, mas acho pouco provável.
O desanimo e o conformismo está enraizado nesses novos apaixonados pelo país, que se bastam em ver a globo e dizer amém ao que nosso Big Brother manda.
E como já aprendemos lá pelos 5 anos de idade na brincadeira do mestre...
O mestre mandou você ficar sentado no sofá.

Alô, alô, é do além?

Há alguns dias atrás, ouvi no jornal da Jovem Pan, aquele que passa cedinho à caminho de ir para a escola. Que estavam querendo usar cartas psicografadas (para quem não sabe, cartas psicografadas são aquelas escritas por espíritos por intermédio de médiuns) como provas em processos criminais.

Que estados laico é esse em que vivemos? Estado esse em que a religião e a justiça andam lado a lado. Isso ainda é uma proposta, acho sinceramente, que não será aprovada. Imagine só a quantidade de falsos médiuns que sugeriam só para achar o culpado de certo crime, sendo que o pobre do acusado não precisa necessariamente ter sido o criminoso.

Eu pessoalmente acredito em cartas psicografadas, mas isso já é de mais. Não temos como provar a veracidade de uma carta dessas. Se tiver foge do meu conhecimento. Imagine só a confusão que uma carta pode causar na vida de milhares de pessoas. Mesmo não sendo usada como prova criminal, essas cartas já causam impacto emocional em algumas pessoas suficiente para mudar a vida das mesmas. E isso não garante que seu ente querido tenha escrito realmente a carta, podemos ter vários ‘acidentes de percurso’.

E outra, além disso, não vivemos em um país de homogeneidade religiosa, onde todos sem exceções acreditam nisso. Temos uma diversidade religiosa imensa, o que nos torna mais ricos em nível de cultura. E isso ao meu ver, seria um desrespeito gigantesco com as demais religiões.

Agora, se for usado como uma pista, digamos assim, em um caso é recebida a tal carta. Que diz que a mulher foi assassinada por X e está enterrada na cozinha, e de fato ela está enterrada no chão da cozinha, pode-se ter como uma pista, duvidosa ainda, porém pista. Facilitaria as investigações, mas não poderia ser usada como um indicio de grande valor, pois pode ser fácilmente manipulado.

Nosso estado laico está cada vez mais não-laico.

domingo, 25 de maio de 2008

Sobre a parada Gay

Aos que sentiram falta das postagens, me desculpe (risos). Não estive em casa esse feriado, no entanto trouxe material para novos textos.
Como pode-se perceber, fui à parada GLBT. Mesmo sendo hetero achei interessante participar de um evento desses, que tem como um dos objetivos, conseguir atingir seus direitos plenos!
Vi um cartaz engraçado, dos gays para os próprios gays. "Gays idosos também são (MUITO) gostosos".
Outra frase, essa muito interessante. "Homofobia mata, por um estado laico de fato!".
Achei divertida, interessante, e curiosa a parada. Pessoas com intuito de confraternisar, outras de chocar, ou então revindicar seus direitos, enfim, estavam lá!
Um dia, um lugar onde todos podem demonstrar afeto ao semelhante, do jeito que gostam, de quem gostar, sem tabu ou hipocrisia, um viva a liberdade de expressão!
Pena que os videos ficaram péssimos, se não iria ser ótimo coloca-los aqui no blog.
Mas enfim, mais tarde volto à falar mais sobre o assunto, acabo de chegar de viagem, e estou cansada ainda, vim só para colocar as fotos mesmo.
E viva o amor!

Parada GLBT São Paulo 2008















segunda-feira, 19 de maio de 2008

Lolitas e não lolitas

Hoje de madrugada, tenho como objetivo ver o filme que passará lá pelas tantas na Globo . Teriam de passar alguma coisa que prestasse.
O filme se chama "Com licença, eu vou à luta", conta a história de uma garota (15 anos), que se envolve com um homem (32 ou 33 anos), que passou recentemente por um processo de separação.
Ela então se vê gravida, e os pais sem saber, proíbem o namoro. No entanto ela está disposta à lutar por esse amor (ou não seria amor?).
Um filme nacional, passará às 2:00, Globo, é um Drama, deve durar algo em torno e uma hora e meia.
Durmi a tarde inteira hoje para poder ve-lo. hauahuaha

Tocamos no assunto das 'lolitas', garotas que gostam de homens, que muitas vezes são vistas como vagabundas. Outras vezes, vistas como fatais ou então idiotas que cairam nas garras do lobo mal.

PERA AÍ, Freud explica, segundo o que me foi passado.
Garotas que gostam de homens, estão procurando nos mesmos seus pais, e eles não tem 'capacidade' sulficiente para conseguir alguém de sua idade, e por isso desfilam com essas ditas crianças.

Será que é mesmo isso?
Tenho para mim, que na maioria desses casos. As garotas não encontram o que procuram nos garotos de sua idade, que comprovadamente tem uma demora para o amadurecimento, ou elas um aceleramento, não sei ao certo.
Existe aquela linda frase romantica, clichê, "O amor não tem idade".
Se então o amor não tem idade, por quê, implicar com os pobres?
Deixem-nos serem felizes, o que precisamos em qualquer caso, é discernimento, seja qual for a idade.

Por acaso, ou não, conversamos sobre isso, eu duas amigas (Carol e Thalita) e nossa professora de história (Neusa).
Foi dito que as garotas normalmente não tem paciência com os garotos de sua idade, e por isso preferem os mais velhos. Uma defende, dizendo que quando se envolveu com um garoto dois míseros anos mais velho, foi tratada como uma 'pirralha'. E está muito feliz com quem está, alguns meses mais novo.
Outra diz, que o interessante de terem a mesma idade é que aprendem e crescem juntos, o que ao meu ver não está errado.
Já outra, diz que os da sua idade tem muito pouco para lhe oferecer, que estão muito crus ainda, e que não está afim de ensinar nada pra ninguém. Já que ela mesma, está aprendendo.

O que tenho a dizer é o seguinte.
Independente da idade, ame, seja o outro mais velho ou mais novo.
E se não der certo, desmancha, por que o medo do fim?
ahauahua

Querida sogrinha

Venho percebendo o imenso e arrebatador amor que as pessoas nutrem por suas sogras, umas merecedoras, outras nem tanto (pobremas vítimas dos esteriopos).
Ontem li um conto que me chamou atenção, por seu exesso de afetividade, digamos assim.
Contrariando todo o ódio espalhado contra essas pobres criatura (ou não tão pobres).
Pesso que reparem no que é dito por esse cidadão, tão bem intencionado, que acaba de se casar.
Caímos então na discusão sobre o casamento, que porém, não está em questão nessa postagem, deixemos isso para uma próxima vez.
Segue então o conto:

“Senhora presidente:

Na qualidade de futuro diretor-gerente das empresas dirigidas por V. Sa., e também na qualidade de seu futuro genro, submeto à sua apreciação a seguinte Agenda para a noite de núpcias.

  1. Os trabalhos terão início às vinte e três horas na suíte 1102 do Hotel Real Navarino. Trata-se de hotel, e do aposento, habitualmente escolhido por nubentes para a noite de núpcias. O apartamento é simpático e acolhedor; há música ambiental, suave e romântica: uma reprodução de Maja desnuda proporciona, particularmente para quem vem de um ambiente culto e refinado, como é o caso de sua filha, um sutil estímulo erótico. Providenciarei champanhe, e do melhor; entretanto, proporei de imediato um brinde. Pretendo que o efeito inebriante da bebida elimine qualquer inibição ainda presente na noiva.
  2. A seguir, usarei da palavra, fazendo um breve, mas emocionado retrospecto de um namoro apaixonado, de um noivado ardente; e vocarei cenas pitorescas ou temas, cômicas ou dramáticas; ao concluir, abraçarei a noiva, declarando enfaticamente que a amo.
  3. Beijar-nos-emos. O beijo será muito prolongado, da variedade conhecida como ‘de língua’, na qual, modéstia à parte, sou mestre. Com esse beijo tenho despertado poderosas paixões, inclusive nas mais frígidas. Ao final desse beijo, pode V.Sa. crer, sua filha estará gemendo de prazer.
  4. Seguir-se-à a operação de retirada de roupas. Ajudá-las-ei, transformando esse momento numa ocasião para carícias e elogios: aos belos seios, à graciosa cintura, às longas coxas, que, de acordo com Lorca, compararei a peixes movendo-se na semi-obscuriedade. Em seguida me despirei. Ela poderá constatar que seu noivo é uma bela figura de macho, alto, forte, bronzeado; e se, ao avistar o membro viril, soltar uma pequena exclamação, será não de susto, mas sim de excitação.
  5. Folguemos amorosos. Tomarei a iniciativa, começando por pequenos e úmidos beijos no pescoço, na nuca, nas orelhas; e nos seios. Demorar-me-ei a explorar com a ponta da língua os delicados mamilos, passando depois à sucção, o que arrancará a ela, estou seguro, numerosos e repetidos gemidos de prazer. Descendo, prosseguirei, via ventre, aos pequenos lábios, que serão acariciados e sugados. Ela então se renderá completamente e a levarei nos braços até a cama. Com a experiência acumulada em muitos anos (em camas, bancos de automóveis e macegas) decidirei sobre o momento oportuno para penetração e a
  6. Cópula. Será o momento culminante do programa. Tenho para mim que será uma cópula arrebatadora, uma torrente de paixão rompendo as comportas para, em meio a gemidos de prazer, culminante num cataclismo orgasmo: triunfo do amor!

Cópula realizada, direi, ainda que ofegante, belas palavras sobre os belos momentos vividos. Repetirei que a amo, que a amo. E então – sono reparador.

Para a segunda noite, a agenda será ligeiramente alterada, com a introdução de novos tipos de folguedo, e assim na terceira e quarta noites (na quinta não haverá atividades). Ao cabo de meses um padrão acabará por se estabelecer, e tudo cairá na rotina. O noivo, contudo, aguardará ansioso a oportunidade de novas experiências: outra boca a beijar, outras coxas acariciar. Boca e coxas que poderão ser as suas, senhora presidente.”

Agenda para a noite de núpcias - Moacyr Scliar


O que posso dizer, é que é no mínimo curioso.

Das duas uma, ou ele tem uma paixão reprimida por sua futura sogra, ou então está meramente interessado no seu cargo, mais exatamente em mante-lo.

Acabo de receber a informação que colocaria esse conto com a finalidade de choras, ó céus, não se pode mais analisar um texto que gere polêmica?



domingo, 18 de maio de 2008

Sorria!

E que me siga, quem me tem apresso

Sou essa quem você espera
Teimosa, orgulhosa, inteligente e afetuosa
Que gosta de bom gosto
boa música, bom filme belo rosto
Que pensa e sente
Que mesmo morrendo de raiva está sorrindo
Aquela determinada e racional
Que quer chorar e não consegue
Aquela menina que fala o que sente
Que morre de medo de si
Mas tem enorme coragem com os outros
Pára e olha o infinito
Com seu olhar perdido
Que prega a igualdade
Mas como qualquer ser humano,
cai em contradição
Aquela que acredita no que diz
Que quer ter um par
Alguém com quem compartilhar
Amigos para a vida inteira
Histórias para contar
Gente à quem amar
Sonhos para respirar
Objetivos para realizar
Tenta ser discreta, mas quase sempre é frustante
Por vezes grossa e anti-pática
Mas isso vem com a prática
Irritada e mandona
Que também inspira deboxe
Lê e faz poesia para passar o tempo
Canta e dança para afastar o medo
Sorri e olha para cativar
Xinga e chuta para amar
E finge isso tudo para desfarçar
Não quer saber de certo e errado
Quero saber do que eu quero
Quero viver o que mereço
E que me siga, quem me tem apresso!

Mudanças

As coisas, reações, prioridades, mudam e mudam sempre, rápidamente, bruscamente, inevitavelmente. Assim é que funcionaa minha mente.
Às vezes a gente mente, mas mesmo assim não se arrepende. Às vezes a gente cria e recria a nossa estúpida criatura, hora caricatura.
Mudanças repentinas e de grande valor. A persistencia, busca pela estabilidade e segurança, pontos fortes das mudanças.
O cérebro funciona cada vez mais.