segunda-feira, 26 de maio de 2008

Papo de mesa de padaria

Quando foi? Acho que foi sábado. Tive uma aula completa de história mundial.
Estava na padaria jantando, e uma mulher de certa idade junto com um homem de mais idade ainda, esgoelada seus ideais, feitos e a história mundial.
Contava de quando foi presa, das inúmeras revoltas que os jovens da época tinham e se rebelavam. De poucas vergonhas vistas ao decorrer de sua vida, e que tinha pena das crianças que estavam nascendo (e acredite, ela olhou para mim quando falou isso, me senti mais nova ainda do que já sou), pois essas sim veriam o que a sociedade iria se tornar, com essa libertinagem, dispudorisação, e falta de idealismo.
Falou pelo menos umas duas horas, o tempo que fiquei lá. Meu pai disse para a minha irmã "Imagina se a Jé resolve conversar com essa mulher, aí sim que esse papo não acaba mais", pois essa mulher falava, falava, falava, mas o homem permanecia quieto, acho que com medo de cometer alguma gafe.
Concordo em partes com que ela disse os jovens hoje não tem mais ideais, e se tem não os mostram. Deixam tudo no plano do imaginário, não lutam pelo que acreditam, na história do nosso país, já tivemos um movimento estudantil de verdade, que lutava pelos nossos direitos. Certo que o que fizeram de queimar a biblioteca não foi nada inteligente, no entanto, estavam agindo, diferente de agora.
Nosso movimento estudantil hoje, se resume em conseguir meia entrada para ver show, cinema, enfim. O que não é ruim, mas está muito restringido a coisas mínimas.
Onde está todo aquele fogo idealitário juvenil? Como pode uma geração que botava fogo no que via seus filhos serem uns merdas que ficam ouvindo 'músicas' creuzóticas e vendo mtv e não terem nenhum ideal?
Ou então se tem algum ideal, falam, falam, e vão contra os mesmos, são os pseudo-revolucionários, que votam em branco e tem uma filosofia xy de vida e não limpam nem a própria bunda direito. Não sabem ao menos o porquê estão fazendo isso, alguns, mas fazem.
Falta paixão para essa geração (estou falando como velha, devem ser os cabelos brancos que já me acompanham à algum tempo) não se vê gente discursando, debatendo quiçá fazendo por seu país. Isso me entristece, mas é assim que a banda toca, e provavelmente não será 'gritando' por meio de um blog que conseguirei que se forme algo de expressão, não que não seja minha vontade, mas acho pouco provável.
O desanimo e o conformismo está enraizado nesses novos apaixonados pelo país, que se bastam em ver a globo e dizer amém ao que nosso Big Brother manda.
E como já aprendemos lá pelos 5 anos de idade na brincadeira do mestre...
O mestre mandou você ficar sentado no sofá.

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